Audiência pública debate impactos do fechamento de agências da Caixa Econômica Federal
Em junho deste ano, a Caixa Econômica Federal anunciou o fechamento de 128 agências físicas. Embora tenha garantido a preservação das funções e o remanejamento dos trabalhadores terceirizados, a decisão causou preocupação. Diante dessa cenário, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs), o Sindicato dos Bancários do DF, a Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e outras entidades sindicais, passaram a se mobilizar, buscando formas de evitar prejuízos aos trabalhadores e trabalhadoras e garantir a preservação dos postos de trabalho.
Para ampliar o debate, nessa quinta-feira (10), a deputada federal Érika Kokay promoveu uma audiência pública no plenário da Câmara com a participação da representante da Caixa Econômica Federal, Fernanda Martins, e os representantes das categorias impactadas. A secretária-geral do Sindicom-DF, diretora executiva da CUT e diretora nacional da Contracs, Geralda Godinho, compôs a mesa e fez uso da palavra.
“Nós, trabalhadores em geral, ficamos perplexos com essa situação. Dentro da agência da Caixa, temos os bancários, os vigilantes, o pessoal da limpeza, os estagiários, o menor aprendiz e até os estabelecimentos comerciais ao redor. Muitas vezes, a referência para os lojistas é abrir onde tem uma agência bancária. Então, o fechamento não afeta somente os trabalhadores e trabalhadoras daquela unidade, mas também toda a economia local”, alertou a dirigente.
A preocupação de Geralda vai além do impacto imediato nos empregos dos trabalhadores remanejados, a sindicalista alerta para a diminuição de oportunidades futuras para jovens que esperam ingressar no mercado de trabalho que está sendo esfacelado pelo uso das tecnologias.
A superintendente Nacional de Estratégias de Clientes, Fernanda Martins, representando a Caixa Econômica Federal, garantiu que não haverá demissões.
“Os funcionários das agências que fecharam estão sendo realocados em unidades próximas. A empresa precisa avançar para o campo digital, mas os postos de atendimento estão sendo ampliados, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.”
A deputada Erika Kokay também expressou preocupação. “A Caixa é mais que um banco, é a maior articuladora de políticas públicas no país, como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e o FIES. O fechamento de agências representa uma ameaça aos empregos e ao futuro social do Brasil.”
A diretora do Sindserviços e da direção da Contracs Andreia Cristina da Silva também compôs a mesa.
Como encaminhamento, ficou decidido que a Caixa Econômica Federal se reunirá com as entidades sindicais nacionais e locais, incluindo a Contracs, o Sinttel-DF, o Sindicato dos Vigilantes, o Sindiserviços, a CNTV, a Fenae, o Sindicato dos Bancários e a Contraf-CUT, para discutir as condições de trabalho e assegurar que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados.
Nenhum posto de trabalho a menos! As entidades continuarão a lutar para garantir que as reestruturações não resultem em desemprego e na precarização das condições de trabalho.