Nos últimos dias, a Secretaria de Mulheres Trabalhadoras da CUT-DF realizou uma série de encontros com as mulheres trabalhadoras dos municípios do entorno do Distrito Federal. Além da etapa nos municípios, no mês de setembro ─ sem data definida ─, deve ocorrer o encontro das mulheres trabalhadoras do DF e, em janeiro do ano que vem, a etapa regional, que deve reunir mulheres de todo o Centro-Oeste. A iniciativa é parte da programação do 9º Encontro Nacional de Mulheres Trabalhadoras da CUT, previsto para acontecer no ano que vem.
Apesar de a programação do encontro nacional não prever encontros municipais, a secretária das Mulheres Trabalhadoras da CUT-DF, Thaísa Magalhães, destacou que, no DF, há uma necessidade de fazê-los. “A realidade dos municípios de Goiás, ligados à CUT-DF, é absurdamente diferente da realidade do Distrito Federal. Por isso, a importância de dialogar com essas mulheres”, explicou.
Os debates municipais aconteceram presencialmente ─ tomando os devidos cuidados para evitar a propagação do coronavírus ─ e também por videoconferência. “Em alguns municípios, optamos pelos encontros presenciais para que as companheiras da zona rural, que não têm acesso à internet, possam participar”, disse.
Segundo a dirigente, os encontros têm sido bastante proveitosos, pois, além de aproximar a CUT dos sindicatos, dá visibilidade às pautas especificas do grupo. Ela explicou ainda que, no DF, a organização das mulheres é bastante orgânica. “Existem diversos coletivos, inclusive, dentro dos sindicatos. A pasta de mulheres existe, assim como o debate sobre o assédio, paridade dentro das entidades sindicais e outros temas”, afirmou.
Entretanto, sinalizou Thaísa, a mesma organização não ocorre nos sindicatos dos municípios do entorno, que são filiados à CUT-DF. “A ideia é manter o contato com os sindicatos e deixar o coletivo de mulheres formado em todos municípios para que haja o debate tanto das pautas coletivas quanto das pautas específicas inerentes à necessidade das mulheres”, afirmou.
Encontro Nacional
O 9º Encontro Nacional de Mulheres Trabalhadoras da CUT está previsto para acontecer em 2021, mas sem data definida, devido à pandemia do coronavírus. Duas etapas antecedem o evento: os encontros estaduais ─ que já estão ocorrendo ─ e encontros regionais ─ que devem acontecer no início do ano que vem. O último encontro nacional aconteceu em 2015, sob o lema “Trabalhadoras em Luta por Igualdade, Liberdade e Autonomia”.
Segundo a secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Junéia Batista, a ideia inicial era realizar o 9º encontro no final deste ano. Porém, com a chegada da pandemia, a programação precisou ser adiada. Entre os temas que serão debatidos no encontro, estão a equidade salarial ─ luta essencial para as mulheres trabalhadoras ─, as ocupações dos espaços de poder e as diversas formas de violência.
“Os homens ainda têm dificuldade de compartilhar espaço de poder com as mulheres. E, como se não bastasse, tem a questão da violência. É a violência moral, psicológica, ganhar menos e trabalhar mais e, principalmente, a violência sobre nossos corpos, que inclusive ocorre nos locais de trabalho”, disse Junéia.
Ela explicou ainda que a ideia do encontro nacional nasceu da necessidade de dar voz e visibilidade às mulheres e de debater temas de interesse do grupo. Segundo a dirigente, quando a CUT nasceu, em 1983, dos 35 dirigentes, só duas eram mulheres. Em 1986, as mulheres, já em maior número, conseguiram a criação da Comissão Sobre a Mulheres Trabalhadora da CUT. No entanto, Junéia destacou que, apesar do avanço, a Comissão era um espaço simbólico e não dava às mulheres o direito de participar das decisões. Com muita luta, só em 2003 foi criada a secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT, com status de executiva.
“É um encontro muito importante para as mulheres, pois fazemos formação política e também transversalizamos o debate do mundo do trabalho. Estamos na fase de organização e buscando a melhor forma para reunir as mulheres, respeitando, sempre, as orientações para evitar a propagação do coronavírus”, afirmou.
Fonte: CUT-DF