Neste 8 de março, mulheres de todo o DF e do Entorno se unem em uma só voz para grande ato em defesa do bem viver, contra a fome, o machismo, o racismo e o fascismo. Na data em que se comemora o Dia Internacional das Mulheres, movimentos que lutam pelos direitos femininos realizarão marcha na capital federal. Atos diversos devem ocorrer pelo Brasil.
A concentração para a atividade será na Antiga Funarte, a partir das 16h. De lá, as mulheres marcharão rumo ao Palácio do Buriti, às 17h, para cobrar do governo política contra as diversas violências de gênero. A direção do Sindicom-DF estará presente na mobilização.
Este ano a marcha terá seu encerramento em frente à sede do GDF devido ao elevado número de feminicídios no Distrito Federal. Só nos primeiros três meses de 2023, oito mulheres foram mortas por seus parceiros. Isso, sem contar as diversas tentativas de assassinatos.
A secretária-geral do Sindicom, Geralda Godinho, destacou que o cenário estarrecedor é resultado da omissão do GDF e da ausência de políticas públicas voltadas para cessar esse tipo de crime.
“São números que nos deixam assustadas. Só em março, mês da mulher, duas companheiras foram mortas, vítimas do feminicídio”, alertou.
A sindicalista ressaltou ainda que mais que comemorações no dia 8 de março, as mulheres querem viver.
“É hora de dar um basta nisso (feminicídios) e levar a preocupação com as mulheres para todos os dias do ano. Já somos privadas de tantos direitos, agora, a omissão do governo tem nos negado o direito à vida. Queremos viver!”, disse.
Mas a pauta das mulheres vai além.
Entre as comerciárias, a diferença salarial e falta de oportunidades ainda são uma realidade.
“Os cargos de chefia e supervisão ainda são dados aos homens, enquanto as mulheres, em sua maioria, são relegadas às funções relacionadas ao asseio e conservação”, enfatizou a dirigente.
Geralda também apontou os inúmeros casos de assédio nos locais de trabalho e para ingressar em determinados cargos.
“Infelizmente, ainda não somos julgadas pela competência, mas pela aparência, idade e cor da pele”, lamentou.
Mas o dia não pede esmorecimento. Muito pelo contrário. A secretária-geral do Sindicom lembra que a data é de luta.
“Sempre tentaram nos fazer abaixar nossas cabeças, mas não nos submetemos no passado e não o faremos agora. Só o que queremos é o que é nosso por direito e não descansaremos até conseguir”, finalizou.
Após a marcha, os manifestantes entregarão uma carta com as principais reivindicações do movimento ao GDF.