Ex-trabalhadores do supermercado Tatico realizaram ato nesta quinta-feira (3) contra calote da rede aos direitos trabalhistas de 700 demitidos. A manifestação aconteceu em frente ao Tatico da Samambaia Sul. O supermercado fechou duas instalações, uma em Santa Maria e outra no centro da Ceilândia; demitiu os trabalhadores sem aviso prévio e pagamento das verbas rescisórias. Após várias tentativas, um acordo foi firmado no último dia 4 novembro na Justiça do Trabalho, mas o supermercado não cumpriu.
Por isso, o Sindicato dos Comerciários (Sindicom-DF), junto ao Ministério Público do Trabalho, entrou com ação contra o supermercado. E em audiência, nessa quinta-feira (2), a Justiça determinou que a empresa pague, em 30 dias, 30% das verbas rescisórias dos demitidos da unidade de Santa Maria. A rede deve também liberar o FGTS e homologar a demissão dos trabalhadores para que aqueles com direito ao seguro desemprego possam usufruir o direito.
No ato, a secretária geral do Sindcom-DF, Geralda Godinho, avaliou como inadmissível a postura do supermercado em calotear os trabalhadores. “É um absurdo uma empresa se negar a pagar o que está previsto em lei. O trabalhador não tem culpa do fechamento dos mercados, até porque se o governo mandou derrubar é porque a área era ilegal. E a empresa sabia disso e continuou insistindo na ilegalidade como faz agora também com os trabalhadores”, avaliou a dirigente.
Já os ex-trabalhadores da unidade do Tatico de Ceilândia ainda aguardam a decisão da Justiça que deve ser tomada em audiência marcada para o próximo dia 10 deste mês. Eles foram demitidos quando o mercado, que ocupava área pública desde 1994, foi derrubado pela Agefis (Agência de Fiscalização do Distrito Federal). Quando saiu do local, o mercado deixou os trabalhadores sem receber salários por dois meses e sem os direitos da demissão sem justa causa.
“Foram 700 pais e mães de famílias demitidos sem aviso prévio. E isso já tem dois meses. Imagina as dificuldades que esses trabalhadores estão passando por causa da irresponsabilidade da rede Tatico. O que nós estamos fazendo é cobrar aquilo que está previsto em lei. Mesmo que não tenha dado conta de continuar com o seu negócio, é inaceitável que não pague os direitos desses trabalhadores”, avaliou o diretor de Finanças da CUT Brasília, Julimar Roberto. “Não vamos aceitar o calote, vamos continuar nas ruas mostrando para a população qual é o papel social da rede Tatico, ou seja, nenhum”, emendou.
Além do apoio da CUT Brasília, o ato contou com a participação da Contracs e da Fetracom (Confederação e Federação dos Trabalhadores do Comércio), do Sintracom-DF (Sindicato dos Trabalhadores do Comércio Varejista) e o Sintrabe (Sindicato dos Trabalahdores em Distribuidoras de Bebidas).
Fonte: CUT Brasília
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