Para combater as fake news durante o período das eleições, a CUT-DF lançou um canal de combate à disseminação de desinformação. A ideia é criar um espaço onde o trabalhador possa tirar dúvidas e denunciar a propagação de informações inverídicas que possam prejudicar o processo eleitoral e favorecer determinado candidato ou partido.
A orientação da Central é que, ao receber uma notícia e houver dúvidas se o conteúdo é verdadeiro ou falso, o trabalhador encaminhe o material para o WhatsApp (61) 9 9944-2858 para checagem. Após verificar a veracidade da informação, o resultado será compartilhado nas redes sociais da CUT-DF para alcançar mais pessoas que possam ter sido afetadas pela fake news.
“As fake news são extremamente nocivas à democracia, porque se tratam de desinformar, de negar o direito à comunicação que nós trabalhadoras e trabalhadores deveríamos ter garantido. E precisamos atuar contra essa disseminação da desinformação. Por isso, vamos destacar neste momento da eleição de nossas vidas o WhatsApp da Comunicação da CUT-DF para ajudar as pessoas que querem combater esse mal. Contem com a gente para viralizar a verdade”, afirmou a secretária de Comunicação da CUT-DF, Ana Paula Cusinato.
Além da ferramenta criada pela Central, existem outros canais para verificar se uma informação é fato ou fake. A Justiça Eleitoral, por exemplo, disponibiliza uma página para esclarecimentos de informações relacionadas ao processo eleitoral. Já as plataformas Agência Lupa, Boatos.org, Aos Fatos e Fato ou Fake e outras, fazem a verificação de notícias e estimulam a circulação de conteúdos verídicos.
Fake news X Eleições
Não é de hoje que o período eleitoral é marcado pela disseminação de notícias falsas no Brasil e no mundo. Embora as chamadas fake news tenham ganhado destaque a partir das eleições de 2018, as notícias falsas sempre existiram como um fenômeno de manipulação midiática para favorecer candidatos, partidos políticos e até mesmo golpes ─ como aconteceu em 1964 e, mais recentemente, em 2016.
Com o avanço da internet e o consequente aumento de pessoas com acesso à rede e a programas que facilitam a edição de vídeos e de imagens, o problema se intensificou. Isso porque, se em outros tempos as notícias falsas ou exageradamente tendenciosas apareciam uma ou duas vezes por dia em alguns jornais, agora, lotam o feed das redes sociais, os grupos de WhatsApp e Telegram,e são compartilhadas milhares de vezes por minuto.
Essa facilidade em criar e compartilhar fake news pode até ser algo que começa nas redes, mas não se restringe a esse espaço. Infelizmente, esse compartilhamento de notícias pode interferir grandemente no mundo “real”, no resultado das urnas e também no linchamento que muitas vezes sai da esfera virtual, como aconteceu com Manuela D’Àvila, que sofreu diversas agressões verbais e físicas quando concorreu ao cargo de vice presidência da república.
Durante a campanha eleitoral de Jair Bolsonaro (ex-PSL) em 2018, por exemplo, foi inventado o “kit gay” e a “mamadeira de piroca”. Fernando Haddad, à época candidato a presidente da República pelo PT, foi acusado de ter seguranças cubanos. Até mesmo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) virou alvo quando se espalhou nos grupos de mensagens instantâneas que o órgão entregou códigos de segurança das urnas eletrônicas para venezuelanos. Naquele ano, Bolsonaro foi eleito.
“É importante que façamos a nossa parte para combater a disseminação das fake news, mas tenhamos certeza de que enquanto a classe trabalhadora, a população em geral, não se atentar a essa estratégia e cobrar a responsabilização dos envolvidos, ficaremos à mercê de interesses escusos, tendo nosso direito à liberdade de expressão surrupiado e nosso futuro longe daquilo que consideramos equânime, justo, esperançoso”, alerta a dirigente da CUT-DF Ana Paula Cusinato.