O Sindicato dos Comerciários do Distrito Federal (Sindicom-DF) realizou, na manhã de sábado (5), uma mobilização na região central de Brasília contra a privatização dos estacionamentos em frente ao Conjunto Nacional e o Conic. Com faixas, carro de som, panfletos e diálogo direto com trabalhadores e consumidores, a ação cobrou do governador Ibaneis Rocha a imediata suspensão da cobrança das taxas no local, historicamente de uso público e gratuito.
A medida impõe tarifas que chegam a R$ 12 por hora, afetando diretamente comerciários e comerciárias que trabalham nesses centros comerciais, além de afastar a clientela.
A secretária-geral do Sindicom-DF, Geralda Godinho, reforçou que a cobrança é injusta e insustentável para a classe trabalhadora. “É um absurdo! Trabalhador não pode pagar para estacionar. Imagine quanto alguém que trabalha 26 dias no mês, oito horas por dia, aqui no Conjunto Nacional ou no Conic, pagaria por mês para estacionar? Essa medida comprometerá a renda de milhares de famílias. O governo precisa rever urgentemente essa concessão”, defendeu a dirigente.
Funcionária do Magazine Luiza, Suzana Gomes lamentou os impactos diretos da cobrança nas vendas. “Quem compra uma televisão, por exemplo, costuma querer levar o produto na hora. Mas se tiver que pagar R$ 12 a hora, para estacionar, muita gente vai desistir de vir de carro. Vai acabar comprando em outro lugar”, alertou.
“O grande diferencial do Conjunto Nacional em relação a outros shoppings era justamente o estacionamento gratuito. Tiraram isso da gente. Vai cair bastante o movimento, e consequentemente, as vendas”, completou o comerciário Cláudio Gonçalves.
O Sindicom-DF segue mobilizado e avalia novas ações para pressionar o Governo do Distrito Federal a reverter a medida. Para o sindicato, a cidade precisa ser pensada para quem trabalha, consome e movimenta a economia — e não para atender aos interesses de grupos privados.