O Sindicato dos Comerciários do Distrito Federal (Sindicom-DF) participou ativamente, na sexta-feira (28), da grande carreata em defesa dos bens públicos e contra o processo de privatização que ameaça transformar Brasília em um negócio para poucos. A manifestação denunciou a retirada de serviços essenciais das mãos da população para entregá-los a um pequeno grupo de empresários que vem sendo favorecido pelo governo Ibaneis Rocha e pela vice Celina Leão — às custas dos trabalhadores, do comércio e da economia do centro da cidade.
Entre os principais alvos do protesto estiveram a Rodoviária do Plano Piloto e seus estacionamentos, cuja concessão tem provocado prejuízos imediatos e profundos. Desde que a gestão foi entregue à iniciativa privada, lojistas relatam queda acentuada no movimento, comércios fechados e aluguéis que chegam a triplicar. Já os trabalhadores e trabalhadoras enfrentam diariamente cobranças abusivas para estacionar, tornando ainda mais difícil garantir o próprio sustento.
De acordo com levantamento realizado pelo Sindicom-DF, 94,37% dos trabalhadores e comerciantes rejeitam a privatização da Rodoviária e dos estacionamentos, reforçando um consenso claro de que a entrega desses espaços à iniciativa privada destrói a dinâmica econômica do centro de Brasília e afasta moradores, consumidores e visitantes.
A secretária-geral do Sindicom-DF, Geralda Godinho, reforça que “a cobrança de estacionamento e o controle privado prejudicam trabalhadores, afastam consumidores e enfraquecem todo o comércio da região. É uma política que inviabiliza a vida cotidiana de quem depende do centro da cidade para trabalhar e sobreviver”.
Durante o protesto, os manifestantes denunciaram que o governo tem sucateado deliberadamente a infraestrutura para justificar a concessão, reduzindo investimentos e descumprindo obrigações legais. Para Geralda, essa lógica é conhecida: “Primeiro precarizam. Depois dizem que a solução é privatizar. E quem paga a conta são sempre os trabalhadores e as trabalhadoras, que veem um direito virar mercadoria”.
O Sindicom-DF segue firme na luta contra a venda de Brasília e alerta que a privatização de serviços essenciais e de espaços públicos compromete o acesso à saúde, à mobilidade, ao convívio urbano e ao próprio direito à cidade. A lógica é clara: quem pode paga; quem não pode é empurrado para fora.
O sindicato convoca a população para resistir à entrega do patrimônio público e reforça seu compromisso com a defesa dos direitos trabalhistas, da economia local, da mobilidade acessível e do uso democrático dos espaços de Brasília. A cidade é do povo — e não de grupos privados que lucram com a precarização da vida de milhares de trabalhadores e trabalhadoras.





