Essa terça-feira (14) foi marcada por protesto contra o aumento das passagens em Brasília. Unidos para revogar o reajuste abusivo que vigora desde segunda-feira (13), trabalhadores, estudantes e movimentos sociais e sindical marcharam da Praça do Compromisso, na 703 Sul, rumo à Rodoviária do Plano Piloto
A concentração começou por volta das 18h. Pouco a pouco, mais manifestantes chegavam ao local e davam à produção de cartazes palavras de ordem contrárias ao reajuste. Frases como “Ibaneis não que ver a periferia andar no Plano”, “R$ 5,50 é roubo”, “Vamos derrubar a tarifa” se destacaram.
Em seguida, a manifestação seguiu para a Rodoviária do Plano Piloto − local por onde passam cerca de 700 mil pessoas diariamente. Durante o trajeto, de forma arbitrária, a Polícia Militar de Ibaneis usou spray de pimenta contra os manifestantes. Porém, a repressão não acalmou os ânimos da mobilização.
Na avaliação de Pedro Burity, integrante do Movimento Passe Livre (MPL), a mobilização foi bastante positiva: “Fizemos muito barulho e conseguimos um bom pontapé para essa jornada contra o aumento. Mas uma coisa é certa: queremos mais atos e menos tarifa. Começaremos uma sequência de atos descentralizados nas regiões administrativas e o primeiro está planejado para segunda-feira (20), na Praça do Relógio, às 18h”, disse.
O debate sobre o tema também dominou as redes sociais. No Twitter, a hashtag #550ÉUMASSALTO esteve entre os assuntos mais comentados durante todo o dia.
Além de expressarem sua indignação com o aumento, os “tuiteiros” destacaram que o reajuste tarifário é abusivo e impede que moradores das regiões periféricas tenham acesso ao Plano Piloto.
O reajuste
O reajuste tarifário de 10% foi publicado no Diário Oficial do DF na manhã desta sexta (13) e os valores começam a valer a partir da segunda (13). Isso que dizer que a tarifa de R$ 2,50 passa para R$ 2,75; a de R$ 3,50 vai para R$ 3,85; e a de R$ 5 sobe para R$ 5,50. O reajuste vale tanto para as passagens dos ônibus como do metrô. O último aumento ocorreu em 2017.
Como justificativa, o GDF afirmou que se trata de um aumento necessário para sanar os déficits gerados pela gratuidade de alguns setores e para arcar com possíveis manutenções.
Para o presidente da CUT DF, Rodrigo Rodrigues, trata-se de uma medida arbitrária e excludente, pois “prejudica, principalmente, os usuários que moram nas regiões periféricas, mais afastadas do centro da capital federal, e trabalhadores autônomos, que não têm vale-transporte”.
“Além do mais, o índice de desemprego é muito mais agressivo nessas regiões. Dessa forma, dificulta que essas pessoas tenham acesso ao Plano Piloto, região onde ocorre a maioria das ofertas de emprego. Por isso, continuaremos lutando para que esse reajuste seja revogado”, disse.
Fonte: CUT Brasília