Desde o escândalo financeiro das Lojas Americanas, que revelou uma fraude fiscal de R$ 20 bilhões e colocou em risco os empregos de cerca de 44 mil trabalhadores diretos, o Sindicato dos Comerciários do Distrito Federal (Sindicom-DF) tem visitado os postos de trabalho, conversado com os funcionários e fornecido apoio e suporte jurídico aos empregados das unidades do DF. Paralelo a isso, o Sindicom-DF, junto com a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs-CUT) e as centrais sindicais entraram com uma Ação Civil Pública para garantir que os empregados e ex-empregados do grupo não sejam lesados com o pedido de recuperação judicial da empresa.
A secretária-geral do Sindicom-DF, Geralda Godinho, afirmou que “é fundamental defender os trabalhadores nesse processo, já que eles estão sendo os mais prejudicados”. Ela destacou a falta de garantia de emprego oferecida pela empresa, que começa a dispensar e fechar lojas.
“Não podemos fazer “vistas grossas” à irresponsabilidade empresarial e à impunidade dos bilionários envolvidos no caso, que não pagam impostos sobre os dividendos e colocam em risco a segurança do emprego de milhares de trabalhadores diretos e indiretos”, afirmou.
O escândalo financeiro das Lojas Americanas, que teve pouca visibilidade na mídia, revelou o uso sistemático de manobras e artifícios fiscais para favorecer acionistas bilionários, colocando em risco a sobrevivência da empresa e os empregos dos trabalhadores. O rombo de R$ 20 bilhões, R$ 43 bilhões se corrigido, não passou despercebido pelos maiores acionistas, que retiraram milionários dividendos durante anos. Além disso, os bilionários da 3G Radar, controladora das Lojas Americanas, também têm grande porcentagem das ações preferenciais da Eletrobras, o que pode impactar no preço da energia e nos investimentos e modernização da produção e fornecimento de energia elétrica no país.
Diante desse cenário, as lideranças sindicais trabalham para que compromissos sejam assumidos pelos empresários e buscam preservar na Justiça os direitos dos trabalhadores. A Ação Civil Pública busca resguardar direitos difusos e coletivos dos trabalhadores, decorrentes da relação de emprego, para garantir que os empregados e ex-empregados do Grupo Americanas não sejam lesados com o pedido de recuperação judicial da empresa.
“É fundamental que a sociedade e as autoridades fiscalizem de perto esse caso e punam os responsáveis pela fraude fiscal, para que não haja impunidade e para que casos semelhantes não se repitam no futuro”, reafirma Geralda.
O Sindicom-DF reforça o compromisso de defender os direitos dos trabalhadores e lutar contra a exploração e a precarização do trabalho.