O Sindicato dos Comerciários do Distrito Federal (Sindicom-DF) participou do Seminário de Lutas Contra o Neoliberalismo, com o tema “Crise orgânica do capital, geopolítica e o DF: agroecologia, políticas públicas e o movimento sindical”, que aconteceu nesta quarta-feira (22), no auditório da CUT-DF.
O evento contou com a presença de representantes de diversos movimentos sociais, sindicais, populares e políticos, que debateram sobre os desafios e as alternativas para enfrentar o modelo neoliberal, que tem gerado graves consequências para os trabalhadores e para a sociedade brasileira.
Compondo a Mesa Crise Orgânica do Capital e Geopolítica, a conselheira Política da Embaixada de Cuba, Idalmys Brooks Beltrán, explicou o conceito de crise orgânica do capital.
“A crise orgânica do capital é uma expressão que indica a incapacidade do sistema capitalista de resolver os seus próprios problemas e contradições, que se manifestam em esferas: econômica, política, social, cultural e ambiental. Essa crise se aprofunda com a hegemonia do neoliberalismo, que impõe uma lógica de mercado que subordina todas as dimensões da vida humana aos interesses do capital. Nesse contexto, a geopolítica se torna um campo de disputa entre as potências imperialistas, que buscam ampliar a sua dominação sobre os recursos naturais, os mercados e as populações de outras regiões do mundo. Essa disputa gera conflitos, tensões e instabilidades, que ameaçam a paz e a segurança mundial”, enfatizou.
O diretor de Base do Sindicom-DF, Luiz Saraiva, que representou o Sindicom-DF na atividade e fez uma fala sobre a situação dos comerciários e das comerciárias diante do neoliberalismo. O sindicalista afirmou que essa é uma das categorias mais afetadas pelo modelo que precariza as condições de trabalho, reduz os salários, aumenta a jornada, retira direitos e desrespeita a saúde e a dignidade dos trabalhadores.
“Esse é um sistema que explora os trabalhadores e os consumidores, enquanto favorece os grandes capitalistas e os especuladores financeiros. É um sistema que destrói o meio ambiente, a cultura e a soberania dos povos. É um sistema que gera crises, guerras e violência. Nós, comerciários e comerciárias, somos os primeiros a sentir os efeitos desse modelo perverso, que nos impõe condições de trabalho cada vez mais precárias e desumanas. Por isso, temos que nos organizar e resistir, em defesa dos nossos direitos e da nossa dignidade”, afirmou.
“No Brasil, o neoliberalismo trouxe o impeachment da ex-presidenta Dilma e a prisão de Lula, e foi a força da classe trabalhadora e a unidade das organizações sindicais e dos movimentos sociais que resgataram o Brasil de volta. Passamos por um momento tenebroso, mas que foi necessário para unificar ainda mais os trabalhadores e trabalhadoras na luta”, pontuou o secretário de Juventude da CUT-DF e coordenador de Base do Sindicom-DF, Tiago Bitencourt.
Ao final do seminário, a secretária-geral do Sindicom-DF, Geralda Godinho, foi homenageada e recebeu o Certificado de Apreciação do Jornal Inverta, pelo seu trabalho e sua trajetória de lutas no sindicalismo a frente do Sindicom-DF. Ela agradeceu a homenagem e também falou sobre a importância da luta contra o modelo neoliberal.
“A luta contra o neoliberalismo é uma luta pela emancipação dos trabalhadores e dos povos, pela construção de uma sociedade mais justa, solidária e democrática, pela defesa da soberania nacional e da integração regional, pela preservação do meio ambiente e da diversidade cultural, pela garantia dos direitos humanos e sociais, pela promoção da educação, da saúde, da cultura e da ciência, pela valorização da agroecologia e das políticas públicas, pela participação popular e pelo fortalecimento do movimento sindical. Essa luta é urgente e necessária, pois o modelo neoliberal representa um retrocesso histórico e uma ameaça à civilização. Por isso, nós, do Sindicom-DF, estamos engajados nessa luta, junto com os demais setores da classe trabalhadora e da sociedade civil organizada”, concluiu.
O Seminário de Lutas Contra o Neoliberalismo foi uma iniciativa do Jornal Inverta, em parceria com o Centro de Educação Popular e Pesquisas Econômicas e Sociais – CEPPES, e contou com o apoio de diversas entidades sindicais e movimentos sociais.