Em um cenário onde as mulheres representam cerca de 60% dos 90 mil comerciários do Distrito Federal, os desafios enfrentados por elas vão muito além do ambiente de trabalho. No Dia Internacional da Mulher, o Sindicom-DF destaca a exploração, o assédio, o preconceito, o machismo e a crescente onda de violência que assolam essas trabalhadoras.
Dados revelam que, embora mais da metade das mulheres com 15 anos ou mais trabalhem fora de suas casas, elas ainda dedicam o dobro de tempo que os homens aos cuidados domésticos. Historicamente, são atribuídas à mulher diversas funções no trato com a família que, originalmente, seriam remuneradas caso fossem terceirizadas. A manutenção da limpeza da casa, a lavagem da roupa, o preparo da alimentação, o cuidado com crianças e idosos, e até o acompanhamento dos filhos na lição de casa, são atividades pagas a terceiros quando a mulher não pode executá-las. Esses são apenas exemplos da falta de reconhecimento e desvalorização da mão de obra feminina em nossa sociedade.
Como se não bastasse, as ocupações predominantemente femininas continuam a pagar menos, com mulheres recebendo em média 22% menos que os homens para exercer funções equivalentes. Outro aspecto alarmante é o aumento no número de famílias chefiadas por mães solo, que representam mais de 11 milhões de lares no Brasil. Essas mulheres enfrentam o desafio de criar seus filhos sozinhas, em meio a um ambiente de desigualdade salarial e falta de suporte adequado.
Além dos desafios laborais, as mulheres também enfrentam a dura realidade da violência. Em 2023, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal apontou recorde de violência doméstica na capital do país, com mais de 52 casos por dia. Foram 19.254 crimes de Lei Maria da Penha, o que representa um crescimento de 9,8% em relação a 2022 e o maior número de ocorrências desde os primeiros registros da pasta, em 2010.
O feminicídio, crime em que uma mulher é morta apenas por ser mulher, continua sendo uma triste realidade. Em 2024, apenas nos meses de janeiro e fevereiro, o Distrito Federal já contava com cinco casos. Em 2023, foram 34 feminicídios.
Frente a essa dura realidade, o Sindicom-DF reafirma seu compromisso em defender os direitos, a liberdade, a segurança, mais oportunidades e a igualdade de gênero, lutando sempre contra todas as formas de discriminação e violência, lutando pela vida de todas as mulheres.